Mais de 200 açorianos pediram reconhecimento de cuidador informal

Mais de 200 açorianos pediram reconhecimento de cuidador informal

5 de Novembro de 2020

Entre 1 de setembro, dia em que abriu as candidaturas para o pedido de reconhecimento do estatuto do cuidador informal, e 29 de outubro registaram-se 230 solicitações, sendo que a maior parte decorreu nas ilhas de São Miguel e Terceira. Os dados foram avançados, à Atlântida, pelo diretor regional da Solidariedade Social.

Em pleno Dia do Cuidador, Marco Martins revelou que Ponta Delgada e Ribeira Grande foram os concelhos da maior ilha açoriana que registaram mais candidaturas.

O diretor regional adiantou, ainda, que na ilha Graciosa foram solicitados oito pedidos e no concelho das Velas, em São Jorge, 11.

O governante disse que os 19 concelhos do arquipélago têm Gabinetes Locais de Apoio ao Cuidador Informal que são responsáveis pelos pedidos de apoios. Estes funcionam nas Unidades de Saúde de Ilha e são compostos por técnicos da área da saúde e da área social que, depois de pedido pelo cuidador aquele reconhecimento, realizam “uma avaliação prévia ao cuidador e à pessoa cuidada”, onde é definido um plano de cuidados. Marco Martins explicou que são estes planos que vão definir alguns dos direitos e/ou deveres que aquelas pessoas vão usufruir, referindo que em “alguns casos fará mais sentido apoio psicológico e apoio psicossocial, noutros não”, sendo noutras situações necessário, por exemplo, apoio habitacional.

De acordo com o responsável, há 11 tipologias diferentes de apoio, tendo realçado algumas delas.

O diretor regional salientou, ainda, que os cuidadores informais terão, também, ações de formação e informação, apoio psicossocial e psicológico, apoio de intervenção habitacional, bem como apoio financeiro, sendo este último o mais solicitado.

Marco Martins alertou que o apoio financeiro decorreu, apenas, no mês de setembro, frisando que a “breve trecho serão abertos novos períodos”, adiantando que está em análise para que essa ajuda passe a ser requerida durante todo o ano.

O governante reconhece que foram dados os “primeiros passos” no que toca ao Regime Jurídico de Apoio ao Cuidador Informal, alertando, contudo, que ainda há muito a fazer. Frisou que este foi criado com base numa determinada realidade, que está em constante mutação, referindo que terá de haver “análises contínuas e de caráter anual  de forma a adaptar-se à sociedade”. Adiantou ainda que este regime tem “uma grande capacidade de crescimento e de formulação e de chegar a cada vez mais pessoas”.

Os interessados em pedir o reconhecimento do estatuto do cuidador informal poderão fazê-lo por duas vias: através dos Gabinetes Locais de Apoio ao Cuidador Informal ou inscrevem-se no site de apoio ao cuidador informal (apoioaocuidador.azores.gov.pt). O portal possui todas as informações sobre o assunto, bem como sobre a Bolsa de Cuidadores, que diz respeito a um conjunto de pessoas com formação e competências adequadas para a prestação de cuidados no domicílio da pessoa cuidada, como complemento ou em substituição dos cuidados prestados pelo cuidador informal.

Marco Martins refere que, de acordo com os dados que têm, a maioria dos idosos e das pessoas cuidadas “quer estar junto da sua família, mais do que a ida para o contexto institucional” e, neste sentido, defende que é preciso haver estruturas institucionais de apoio, mas “mais importante do que isso será dar condições para que no domicílio, junto da sua família e da rede de vizinhança, as pessoas tenham os devidos cuidados e apoios para se sentirem válidas e gozarem de plenos direitos”.

O Regime Jurídico de Apoio ao Cuidador Informal foi criado nos Açores, em novembro de 2019, e pretende proporcionar as condições necessárias para que os cuidadores tenham apoio nesta missão, capacitando-os para a prestação de cuidados, designadamente no acesso à informação e formação, ao apoio psicológico, ao apoio na adaptação das habitações e ao apoio financeiro.

Notícia publicada em: https://www.radioatlantida.net/mais-de-200-acorianos-pediram-reconhecimento-do-cuidador-informal/


Voltar